segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Arte em abóboras no Dia das Bruxas

O Dia das bruxas é celebrado no Brasil, no dia 31 de Outubro.
Trata-se de uma comemoração proveniente de povos antigos, não se sabe ao certo, mas muitas histórias referentes à sua real origem são contadas.
Com forte influência do Halloween norte-americano, a famosa frase “gostosuras ou travessuras” é mencionada por muitas crianças que de casa em casa pedem balas e outros tipos de doce.
Figurinos, e símbolos como: abóboras, velas, morcegos, vampiros, fantasmas, bruxas, vassouras e gatos pretos compõem esse universo surreal do dia das bruxas.


 
 Talvez a história mais tenebrosa seja aquela na qual se justifica o símbolo da abóbora.
Jack era um homem que enquanto vivo aprisionava o diabo em vários locais, entretanto por ser alcoólatra morreu.
Devido às suas constantes humilhações ao diabo, sua entrada foi proibida tanto no céu, quanto no inferno.
Conta à lenda que a alma de Jack perambula pelo mundo, e as abóboras com velas dentro servem para iluminar seu caminho.

A famosa carranca na abóbora foi modificada por escultores, que atribuíram um novo gênero para o assustador símbolo.

Nas mãos de Alex Wer, 44 anos, elas representam personagens e protagonistas de filmes em diversas categorias: heróis, vilões, horror, star wars, suspense, musicais e até mesmo Steve Jobs.

Outro artista Ray Villafame conservou a imagem aterrorizante das abóboras, com muita criatividade.




Se a história de Jack fosse verdadeira, com Alex Wer e Ray Villafame não haveriam problemas para nosso personagem encontrar o caminho de casa, seja ele qual for.

Isso é o Halloween

Sombra
Garotos e garotas de todas as idades
Vocês não gostariam de ver algo estranho?

Sombra siamesa
Venham conosco e vocês verão
Essa, nossa cidade de Halloween

Coral de abóboras
Isso é o Halloween, isso é o Halloween
Abóboras gritam na calada da noite

Fantasmas
Isto é o Halloween! Todos fazem uma cena
Gostosuras ou travessuras até os vizinhos morrerem de medo
Esta é nossa cidade, todos gritam
Nossa cidade do Halloween...

Criatura embaixo da cama
Sou aquele que se esconde debaixo da sua cama
Dentes afiados e brilhantes olhos vermelhos

Homem embaixo das escadas
Eu sou aquele que se esconde debaixo da sua escada
Dedos como cobras e aranhas no meu cabelo

Coral de cadáveres
Isto é o Halloween, isto é o Halloween

Vampiros
Halloween! halloween! halloween! halloween!
Nessa cidade, que chamamos de lar
Todos aclamam a canção da abóbora

Prefeito
Nessa cidade, nós não a amamos agora?
Todos estão esperando pela próxima surpresa

Coral de cadáveres
Na esquina, um homem se esconde na lata de lixo
Algo está esperando agora para atacar e como você vai gritar...

Demonio arlequim, lobisomem e homem derretido
Gritar! Isto é o Halloween!
Vermelho e preto, verde viscoso

Lobisomem
Você não está com medo?

Bruxas
Bem, isso é ótimo!
Diga uma vez, diga duas vezes,
Aproveite a oportunidade e role os dados
Passeie com a lua na calada da noite

Árvore com enforcados
Todos gritam, todos gritam

Homem enforcado
Na nossa cidade do Halloween

Palhaço
Sou o palhaço com a lágrima no rosto
Aqui em um flash e lá sem deixar rastro

Segundo ghoul
Sou o "Quem" quando você pergunta "Quem está aí?"
Sou o vento soprando no seu cabelo

Sombra oogie boogie
Sou a sombra na lua à noite
Enchendo seus sonhos até a borda com terror

Coral de cadáveres
Isto é o Halloween, isto é o Halloween!
Halloween! Halloween! Halloween! Halloween!
Halloween! Halloween!

Trio de crianças cadáveres
"Tender Lumplings" em todo lugar
A vida não é divertida sem um bom susto!

Pais cadáveres
Esse é nosso trabalho, não somos maus
Na nossa cidade do Halloween

Coral de cadáveres
Nessa cidade

Prefeito
Nós não a amamos agora?

Prefeito com coral de cadáveres
Todos estão esperando pela próxima surpresa

Coral de cadáveres
Jack Esqueleto pode te pegar por trás
E gritar como um banshee
Fazer você pular fora da sua pele
Isto é o Halloween! Todos gritam
Você não vai, por favor, abrir caminho para um cara muito especial

Nosso cara Jack é rei da Abóbora Remendada
Todos saudem o Rei da Abóbora agora

Todos
Isso é halloween, isso é halloween
Halloween! halloween! halloween! halloween!

Trio de crianças cadáveres
Nessa cidade, que chamamos de casa
Todos saudem a canção da abóbora!

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Encontro de violeiros reúne terceira idade na Casa de Cultura

Neste último domingo, dia 21 de agosto, ocorreu o “Sertanejo sem mistura”, uma tarde com violeiros na Casa de Cultura Salvador Ligabue, situada no Largo da Matriz.
Internamente o local assemelha-se a um antigo celeiro: portas largas, um andar acima com uma estrutura de ferro comportando uma escada, bancos de madeira e almofadas coloridas.
Ao entrar, deparamo-nos com um mural cujas programações são impressas em cartazes e panfletos.
Logo à frente observam-se vários acentos dispostos em fileira, como em um auditório.
Um pequeno palco centralizado, um piano de madeira do lado esquerdo, três pedestais com microfone, duas caixas de som separadas e um amplificador.
No corredor esquerdo que faz divisa entre duas escadas, situa-se um mural com exposição permanente de fotos da antiga Freguesia do Ó.
A recepção é doce e amigável: distribuem-se balas de mel e pirulitos.
Os instrumentos musicais são afinados, um som agudo e estridente sai das caixas de som, e um músico reclama do barulho.
Devagar as pessoas vão chegando e acomodando-se nas cadeiras.
A música começa logo de início, e o público da terceira idade se anima batendo palmas.
Uma criança com uma sanfona e um violão de brinquedo, corre de um lado para o outro e faz farra por entre os cantores. Sua mãe, a produtora do evento, dança com ele e cuida para que não faça arte.
Com extrema irreverência que contagia, o apresentador Jorlando Duarte faz piadas, comenta sobre futebol e anima o povo.
No intervalo das apresentações, são tocadas músicas sertanejas de raiz dos anos 80, e distribuídos CDs e DVDs para quem adivinhar o nome do cantor.
Várias duplas apresentam-se. Cantam e tocam divinamente – um prato cheio para quem gosta de sertanejo raiz – suas vozes são graves e afinadas, e seus repertórios vasto.
No meio do festejo, o Subprefeito da região e o Vereador Claudinho divulgam a programação da comemoração ao aniversário de 431 anos da Freguesia.
Um fotógrafo registra todos os momentos para o jornal.
O encerramento dá-se por meio da música Ave Maria, tocada no violão de forma esplendorosa; comovendo a todos.
A entrevista realizada com o orientador Henrique, fora concedida antes do término do evento.
Procuramos uma sala quieta, já que a música tomava conta de todos os ambientes.
Ao subirmos as escadas, deparamo-nos com um ensaio de dança cigana.
Muitos jovens dançavam alegres e vibrantes, com roupas coloridas e suas mães as assistiam em um pequeno auditório.
A “sala da entrevista” possuía uma comprida mesa branca, desenhada à mão com símbolos, e à frente um painel com mangás e várias mensagens escritas.
Era a oficina de desenho artístico.
Henrique, um senhor de aparência tímida, contou pouca coisa, já que segundo ele, o coordenador Jarbas Mariz Martins era quem deveria responder às perguntas.
Durante a rápida entrevista, disse-me que a Casa de Cultura surgiu em 1993.
Segundo ele, “Na falta de um espaço para divulgação, surgiu à Casa de Cultura, e hoje é um ponto de referência”.
Explanou sobre as atividades organizadas: oficina de teatro, oficina de expressão corporal para deficientes físicos, encontro da melhor idade, oficina de tai chi chuan, oficina de capoeira, oficina de balé clássico, oficina de dança de salão, oficina de dança cigana e oficina de desenho artístico.
No término da entrevista, andamos por toda a Casa de Cultura.
Pude constatar que além de ser um espaço cultural mantido pela Prefeitura de São Paulo, é também um lugar de refúgio para àqueles que procuram diversão e arte.
Ao ver a expressão de satisfação impressa na face de cada cidadão presente, no final do evento, percebi que o povo brasileiro, trabalhador sofrido, é carente de cultura.
E que a Casa de Cultura é um lugar especial que “abriga” a todos, independente de sua classe social ou idade.
São ações dessa magnitude que fazem a diferença na vida do povo.


A programação referente à comemoração aos 431 anos da Freguesia do Ó, começou no dia 24 deste mês e terminará dia 29, durante a "Sessão Solene".
  • Dia 07 – dom. às 16h
“Grupo Reviva Rap” Apresentação: Mamuti

  • Dia 18 - quinta-feira às 19h
Cine Clube Freguesia – Filme: “Quem quer ser um milionário” Direção: Danny Boyle

  • Dia 21 – dom. 15h
“Sertanejo sem mistura” Uma tarde com violeiros... Apresentação: Jorlando Durante

  • Dia 24 - quarta-feira 19h30min.
Abertura da festa de 431 anos da Freguesia do Ó
Escola de bailados Marisol
- Corpo de baile da CCSL (Cinthia Cavalcante);
- Dança cigana (Pablo Ramirez e Esmeralda Ramirez);
- Dança de salão (Prof. Luiz Carneiro).

  • Dia 25 - quinta-feira às 20h
- Show musical: Amigos da MPB;
- Kabelera;
- Alunos da escola de música BEG;
- Lançamento do livro “Infinitamente Você” de Elívio de Moraes;
- Vernissage da exposição do 7º encontro dos artistas plásticos da região.

  • Dia 26 - sexta-feira das 8h às 12h
 - Atendimento social:
Saúde, cidadania, corte de cabelo, massagem, etc.
Das 13h às 15h:
 - Palestra para melhor idade: Profissional (APCD) bucal
Das 15h às 17h:
 - Baile da saudade: Com o cantor André Ricardo e Ruan dos Teclados
  • Dia 29 - segunda-feira às 19h
“Sessão Solene”

 Veja mais em:
http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/subprefeituras/freguesia_brasilandia/noticias/?p=18284

http://letras.terra.com.br/gilberto-gil/16135/

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Contracultura - Moda, música e comportamento

Hair, um musical da Broadway lançado em 67, demonstrava em seu caráter a contracultura do pacifismo e da contestação.
Regido pelas frases de efeito “Paz e amor” e “Faça amor, não faça a guerra”, e veiculado pelo movimento hippie, mostra a face de uma época consolidada como “o poder da flor”.
Fora “governado” por jovens revolucionários que resistiram à ditadura e lutaram para a democratização e a quebra de paradigmas.
Como desejo de libertação, mulheres queimaram seus sutiãs em praça pública.
O universo hippie foi marcado intensamente pelo uso de roupas psicodélicas, estampas florais e calças boca de sino remetendo à descontração, mas também à liberdade de expressão.
A maquiagem composta por olhos marcados, fazia contraste com boca clarinha. Perucas eram o auge da moda, produzidas em diversas tonalidades e cores vibrantes.
Os representantes do movimento são: Jimi Hendrix, Raul Seixas e os Mutantes.














Os anos 60 chegam ao fim com o “Woodstock Music & Art Fair” um festival de rock que reuniu 500 mil pessoas para presenciar astros como The Who, Santana, Joe Cocker e Jimi Hendrix (o maior guitarrista de todos os tempos).


Neste mesmo ano, os Rolling Stones organizaram o Altamont Festival com a participação de Santana e Grateful Dead.
Pela infelicidade dos Stones, a segurança do show fora entregue à gangue violenta de motoqueiros Hell's Angels (Anjos do Inferno). Um desentendimento acarretou a quatro mortes.
Segundo John Lennon, em 1970, para a revista Rolling Stone: The dream is over (O sonho acabou).


No Brasil, a banda “Os Mutantes”, formado por Rita Lee e os irmãos Arnaldo e Sérgio Batista seguiam o caminho da contracultura.


Em uma sociedade repleta de regras e proibições, fora criada por meio da rebeldia uma válvula de escape que culminou com a ideologia: “sexo, drogas e rock and roll”. O jeans rasgado agressivo, entrava em cena juntamente com a camiseta preta proveniente dos metaleiros cabeludos.
Através do rock, as gerações inseriram seu estilo de vida e sentimentos de amor e ódio na música, de maneira real.
Os jovens libertavam-se de qualquer amarra que a sociedade lhes impunha.
No começo dos anos 80, as bandas que deram início ao movimento Hard Rock foram AC/DC, Scorpions, Metallica, Kiss, Aerosmith e Van Halen.

Kurt Cobain (1967 – 1994) a frente da banda Nirvana, inaugurou nos anos 90 o Grunge, o último grande movimento do rock. A música independente é a quarta na linha: hardcore punk, heavy metal e rock alternativo.
Caracterizava o estilo calças rasgadas, camisa xadrez e All Stars.


Toda essa cultura dera inspiração aos estilistas que criam cada vez mais estilos modernos e jovens de vestir.
Algumas marcas e estilistas famosos são: Cavalera, Christian Dior, Chanel, e outras.
Retrocedem aos anos 60 e 70, para utilizar as cores neon inspiradas no “visu” hippie como verde, laranja, e roxo para compor peças, acessórios e até mesmo esmaltes inovadores e chiques.

















A palavra de ordem para esse novo século é a desordem, ou a desconstrução da imagem.
Aquele tempo em que as mulheres combinavam o sapato com a bolsa está ultrapassado; brega como dizem.
Hoje em dia tudo é válido, desde que haja harmonia entre as peças.
O recurso mais utilizado é  a descontração, sem medo de errar, o jogo de vestes para compor um look retrô.
As sapatilhas entram em cena com tudo, confortáveis e bonitas deixam o visual mais despojado.



















A peça curinga em um guardarroupa é a calça de couro preta, inspirada no estilo rock' n roll, substitui as calças jeans.
As camisas brancas, provenientes do mundo masculino, ganham um ar mais sofisticado para as mulheres com coletes de sobreposição.
O frisson da temporada são os cabelos coloridos, especialmente as variações do pink. São cobiçadas por muitas garotas que buscam liberdade e ousadia.









Novas tribos surgiram e movimentos que expressam o universo das baladas e casas noturnas.
São exemplos o underground e o clubber. Voltados à tendência das tatuagens e piercings.
A mídia é a grande responsável por transmitir cultura e tornar os jovens mais antenados à esse “Fashionismo”.
Na década de 60, a revista VOGUE voltou-se ao público jovem e à revolução sexual da época.
Em 1975, lançou a edição brasileira, com foco na moda, celebridades, diversão e atualidade.
Considerada a “Bíblia da moda”, desde 1988, faz a cabeça de muitas mulheres, e seus produtos são cultuados como objeto de desejo.


A Hora e a Vez do Cabelo Nascer

Os Mutantes

Composição: Arnolpho Lima Filho
Venha ver as minhas cores
Ah... tá na hora do cabelo nascer
Hateei o meu cabelo
Ah... foi ai só que
Fiquei sabendo das coisas
O meu cabelo é verde-amarelo
Violeta e transparente
A minha caspa é de purpurina
Minha barba azul-anil
Venha ver as minhas cores
Ah, tá na hora do cabelo nascer

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Literatura - A Expressão do Homem



"A Literatura é arte e só pode ser encarada como arte."
(Doutrina da arte pela arte, fins do século XIX)


Definição:

A palavra literatura designa textos que buscam expressar o belo e o humano através da palavra.
Trata-se dos textos que possuem efeitos estéticos, ou seja, há a preocupação em transmitir através das formas e conteúdo, emoção.
Como expressão do homem, é um importante meio de comunicação, pois nela há a exploração da linguagem.
Trabalha com o emocional humano, por meio dos sentimentos: desejos, angústias e prazeres. Demonstrando formas de agir, e contribuindo para o primordial, ou seja, a formação do homem.
Mais do que isso, garantindo o desenvolvimento intelectual, moral e ideológico.
A literatura também pode ser descrita como ficção, palavra originária do latim fictione que significa fantasia, criação.

Roger Caillos na sua Arte poética, refere-se ao início da literatura, no seguinte trecho:
A um mendigo cego, ao qual os passantes não davam quase nada, um desconhecido fez rapidamente ganhar muitas esmolas, substituindo o cartaz que carregava com os dizeres “cego de nascença” por outro: “a primavera vai chegar, eu não a verei”.

Divisão da Literatura:

Formas Literárias
Gêneros Literários
Poesia
Lírico (soneto, ode, balada, prosa lírica)
Ficção em prosa
Épico (epopéia e diferentes tipos de romance)
Peças de Teatro
Dramático (diferentes tipos de peças de teatro, monólogos dramáticos)

Didático (moral, político, filosófico)

Oratório (sermão, discurso)

Crítico (ensaio histórico, literário, filosófico)


Curiosidades:

“A divisão dos gêneros literários é originário de Platão e Aristóteles”.

“Os gregos usavam a palavra stylos para designar uma espécie de ponteiro com o qual escreviam em placas de argila”.


Segue abaixo, a divisão dos estilos de época e seus respectivos séculos:








Literatura certamente é um tema vasto, e ao ser estudado é necessário dividí-lo em períodos, pois sua imensidão teórica requer organização e foco. Características necessárias para que não haja desvio do tema.
Portanto, ao tratar de literatura, deve-se valer de cada estilo e gênero, e procurar desenvolvê-lo livremente, atrelado apenas à sua origem.

O Texto Poético

Desde os primórdios, uma das expressões da literatura é dada pela sonoridade das palavras, valorizando seus significantes.
Texto poético refere-se à poesia, poema e prosa.
A diferença entre poema e poesia está impressa nos sentimentos que cada um provoca.
O poema é a expressão de sensações e sentimentos; a poesia é resultante e provocadora de estímulos e emoções.
O poema também pode ser descrito pela sonoridade das rimas, assonâncias e aliterações; as figuras de linguagem, os ecos entre as palavras, etc.
Quando não há fronteiras entre poema e prosa, pelos recursos de linguagem utilizados para expressar emoções, surge o poema em prosa.

Segue uma estrofe do poema em prosa de Vinícius de Moraes, com a temática lírico-amorosa:
Para viver um grande amor, primeiro é preciso sagrar-se cavalheiro e ser de sua dama por inteiro – seja lá como for. Há que fazer do corpo uma morada onde clausure-se a mulher amada e postar-se de fora com uma espada – para viver um grande amor.

Atualmente os poetas utilizam o verso livre, de comprimento, métrica e ritmo variáveis.
A partir do Concretismo, houve uma descaracterização das formas tradicionais do poema, abolindo o verso linear, associando a comunicação verbal e visual e rompendo com a sintaxe tradicional e a disjunção das palavras.

Segue abaixo um poema concreto:


CAMPOS, Haroldo. “nascemorre”. Apud MENEZES, Philadelpho. Poesia Concreta e visual. São Paulo, Ática, 1998.

Saiba mais sobre o concretismo em:

Um ótimo lugar para tratar de poesia é a Casa das Rosas, Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura.
A 38º Quinta poética é o ponto de encontro dos amantes da boa poesia, reúne poetas consagrados e novos talentos.
São apresentadas diversas expressões artísticas como dança, música, artes plásticas e é claro, muita poesia.



Segue abaixo um poema de Carlos Ávila, poeta e jornalista brasileiro com parceria com a Casa das Rosas.

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de alguma conversa
neste desacerto

atrás
do pôr-do-sol
nesta véspera

atrás
da margem de erro
neste deserto

atrás
de algum sentido
nesta viagem


segunda-feira, 27 de junho de 2011

Justificativa

Em virtude do último mês em que não postei artigo algum, segue a forma que encontrei de me redimir:
Passei por um período de transição e não pude cumprir com as obrigações sociais que me são inerentes.
Sendo assim, caso queiram, a próxima postagem será escolhida por vocês.
Na enquete ao lado, seguem alguns temas para meu próximo artigo.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Figurinos comunicam: A veracidade da arte.

"O hábito fala pelo monge, o vestuário é comunicação além de cobrir o corpo da nudez, ela tem outras finalidades". Umberto Eco

Muitos sabem definir o significado da palavra teatro, mas somente um ator sente o poder dessa palavra em cada cena que produz.
Todos eles têm a função de transmitir ao público essa emoção, e para isso utilizam além de seu amor pela arte, diversos artifícios através de sua expressividade corporal, musical, facial, entonação e ritmo da voz.
O cenário e suas vestes servem por vezes de base para “entrar no personagem”. O ator quando veste seu figurino, sente-se na pele do personagem e passa a agir como ele.
A função de um figurino vai mais além que apenas vestir o ator. Ele serve também para marcar sua própria presença, chamar atenção, colocar ênfase em determinadas partes do corpo, denotar através da imagem significados, de maneira a exibir de forma sensível mensagens ao público.
As vestes fazem transparecer a época em que a história se passa, o local, os costumes de um povo, a posição social, a personalidade, a distinção de classes, a situação econômica e política. Esse conjunto apresenta um simbolismo através de cores, formas e texturas.
Os signos reforçam-se uns aos outros, se completam, e estas combinações e afinidades formam uma linguagem homogenia que deve ser transmitida. Os signos teatrais são artifícios planejados e induzidos onde os atores e os outros elementos cênicos (cenários, iluminação etc) são encarregados de passar.
Os trajes devem estar em harmonia com todo o resto dos signos teatrais, caso contrário pode haver a quebra da fantasia, e o público pode ser enviado ao mundo real.
Segundo Edith Head, estilista estadunidense: "O que um figurinista faz é um cruzamento entre magia e camuflagem. Nós criamos a ilusão de mudar os atores em algo que eles não são. Nós pedimos ao público que acreditem que cada vez que eles vêem um ator no palco ele se tornou uma pessoa diferente."
A relação do figurino também está vinculada aos elementos da narrativa como espaço-tempo, onde o figurino está presente para convercer ao público quanto ao recorte de tempo histórico (presente, futuro possível, passado histórico, etc).
O figurino pode servir à narrativa de modo a diferenciar os personagens e identificar a que clichê ou estereótipo o personagem pertence.
Ele dividido também em nove elementos, são eles: estilo, cores, volume, texturas, contexto, ambiente, silhueta, movimento da roupa e da personagem, elemento de destaque.
Os elementos de destaque são altamente perceptíveis aos olhos do público graças ao contraste de cores, cenário, personagens, elementos antagônicos e muito discrepantes, excesso de volume ou até mesmo a ausência (nus).
Todos esses elementos combinados entre si de forma a valorizar a interpretação do ator, leva-nos a certeza de um grandioso espetáculo. Seja ele em um pequeno ou grande teatro, apesar das grandes produções fazerem mais sucesso pelo mundo, uma pequena encenação bem apresentada e emoldurada por belos trajes, comunica a veracidade da arte.




segunda-feira, 2 de maio de 2011

Arquitetura Gótica no Brasil e Portugal

Não há como falar do estilo gótico português, sem mencionar o estilo manuelino (gótico tardio).
Essa expressão artística tem como tema principal, os monumentos góticos caracterizados por sua grandiosidade, o símbolo da glória de Deus. E da igreja, símbolo do poder econômico da burguesia, do estado e de todos que financiaram a elevação do emblema citadino.
O gótico nasceu na França, caracterizado por decorações com motivos da fauna e flora e com monstros (gárgulas). 
Após séculos de expansão artística, o estilo se espalhou durante quatrocentos anos para outros países como Portugal, Alemanha, Brasil, Espanha, Inglaterra, Itália e deu às igrejas uma nova grandeza. Os templos tornaram-se mais amplos e iluminados. Suas construções remetiam à verticalidade através dos arcos em ogiva. Todo seu esplendor artístico era concentrado em janelas amplas semelhantes a flores de pedra rendada que se abriam nas paredes, nos belíssimos vidros coloridos (vitrais) que traziam para o interior verdadeiras obras de arte com luzes e cores variadas que refletem nas paredes, as esculturas formadas por estátuas, capitéis, túmulos que tornaram-se mais leves.
O gótico em Portugal surgiu no final do século XII e prolongou-se através do estilo Manuelino (gótico tardio) até o século XV. Foi um movimento artístico que voltou-se para o desenvolvimento da arquitetura (construções religiosas) e das artes plásticas.
A arquitetura gótica aparece com o Mosteiro de Alcobaça. Fundado pelo primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques, sendo considerada a primeira obra totalmente gótica de Portugal.
As ordens religiosas mendicantes (franciscanos, dominicanos, carmelitas, agostinhos) expandiram a arquitetura ao construir diversos mosteiros em cidades portuguesas no século XIII e XIV.
Os principais exemplos a serem citados como gótico mendicante, são as igrejas franciscanas e dominicanas de Santarém e Guimarães, o Mosteiro de Santa Clara-a-Velha em Coimbra, Mosteiro de São Francisco do Porto, Igreja do Convento do Carmo em Lisboa, atualmente todas estão em ruínas.
As ordens medievais militares contribuíram para a expansão do gótico, por exemplo, a Igreja de São João de Alporão de Santarém e o Mosteiro de Leça do Bailio (pertencente aos Cavaleiros Hospitalários), e com a Igreja de Santa Maria dos Olivais de Tomar (fundada pelos Cavaleiros Templários). Algumas catedrais Portuguesas também foram construídas no estilo gótico, como a Sé de Évora, a Sé de Silves e a Sé de Guarda.
Um marco histórico na arquitetura gótica portuguesa é o Mosteiro da Batalha, construído a mando do rei D. João I para comemorar a vitória na Batalha de Aljubarrota contra os castelhanos.
A imensa obra do mosteiro começou em 1388 e seguiu até o século XVI, influenciou muitas outras obras no século XV, como a Igreja da Graça de Santarém, a capela do Castelo de Leiria, o Convento da Nossa Senhora da Conceição, entre outras.
A transição do gótico para o estilo renascentista ocorreu de forma lenta, sendo o estilo intermediário denominado manuelino devido à coincidência com o reinado de D. Manuel I. Esse estilo mistura formas arquitetônicas do gótico final com a decoração gótica renascentista, criando um estilo tipicamente português a partir da primeira obra manuelina: o Mosteiro de Jesus de Setúbal. Atinge seu ápice com a Torre de Belém e o Mosteiro dos Jerônimos, ambos em Belém (Lisboa).
Muitos castelos foram construídos e/ou reformados em estilo gótico, como o castelo de Leiria, Estremoz, Beja, Bragança e Santa Maria da Feira.
Durante o século XV e XVI, os estilos gótico e manuelino foram levados pelos portugueses a seus domínios d'além mar, particularmente as ilhas atlânticas dos Açores e Madeira. A Sé do Funchal (capital da Ilha da Madeira), é uma típica igreja gótica-manuelina.
Edificações góticas autênticas não existem no Brasil, porém o sub-estilo neogótico popularizou-se a partir do reinado de D. Pedro II. Uma das igrejas neogóticas brasileiras mais antigas é a Catedral de   Petrópolis, começada em 1884 e concluída em 1925, que abriga os túmulos do Imperador e sua família. Outro exemplo é a Igreja do Santuário do Caraça (MG), e o Palácio da Ilha Fiscal (RJ).
Temos também no Brasil, os seguintes edifícios neogóticos tardios: A Catedral da Sé (SP), Catedral de Santos, a Catedral Metropolitana de Fortaleza, de Vitória, e a Catedral de Belo Horizonte.
O neomanuelino (variante portuguesa do neogótico) está representado no Brasil em edifícios como o Real Gabinete Português de Leitura (RJ) e o Centro Português de Santos.

As imagens que seguem são respectivamente:
Mosteiro da batalha e seus vitrais (Portugal); Catedral da Sé (SP).








CURIOSIDADES:

O estilo gótico é subdividido em três categorias e as variantes decorativas:
1ª – Gótico primitivo, ou Proto-gótico: Assumem-se as idéias base e dão-se os primeiros passos com a reconstrução da Abadia de Saint-Denis localizada em Paris (França).
2ª – Gótico pleno, ou Gótico Clássico: Aperfeiçoam-se as inovadoras técnicas de construção e entra-se na fase do domínio construtivo arquitetônico com as grandes catedrais.
3ª – Gótico tardio: A expressão artística torna-se menos ambiciosa, fruto da crise econômica e da Peste negra do século XIV a par com uma religião mais terrena e mundana praticada pelas ordens mendicantes.
Variantes decorativas:
Gótico lanceolado;
Gótico radiante, irradiante ou rayonnant: Uso de linhas radicais na traceria;
Gótico perpendicular: Uso de linhas perpendiculares;
Gótico flamejante: Definido pela exuberância da decoração escultórica nos edifícios arquitetônicos.