segunda-feira, 2 de maio de 2011

Arquitetura Gótica no Brasil e Portugal

Não há como falar do estilo gótico português, sem mencionar o estilo manuelino (gótico tardio).
Essa expressão artística tem como tema principal, os monumentos góticos caracterizados por sua grandiosidade, o símbolo da glória de Deus. E da igreja, símbolo do poder econômico da burguesia, do estado e de todos que financiaram a elevação do emblema citadino.
O gótico nasceu na França, caracterizado por decorações com motivos da fauna e flora e com monstros (gárgulas). 
Após séculos de expansão artística, o estilo se espalhou durante quatrocentos anos para outros países como Portugal, Alemanha, Brasil, Espanha, Inglaterra, Itália e deu às igrejas uma nova grandeza. Os templos tornaram-se mais amplos e iluminados. Suas construções remetiam à verticalidade através dos arcos em ogiva. Todo seu esplendor artístico era concentrado em janelas amplas semelhantes a flores de pedra rendada que se abriam nas paredes, nos belíssimos vidros coloridos (vitrais) que traziam para o interior verdadeiras obras de arte com luzes e cores variadas que refletem nas paredes, as esculturas formadas por estátuas, capitéis, túmulos que tornaram-se mais leves.
O gótico em Portugal surgiu no final do século XII e prolongou-se através do estilo Manuelino (gótico tardio) até o século XV. Foi um movimento artístico que voltou-se para o desenvolvimento da arquitetura (construções religiosas) e das artes plásticas.
A arquitetura gótica aparece com o Mosteiro de Alcobaça. Fundado pelo primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques, sendo considerada a primeira obra totalmente gótica de Portugal.
As ordens religiosas mendicantes (franciscanos, dominicanos, carmelitas, agostinhos) expandiram a arquitetura ao construir diversos mosteiros em cidades portuguesas no século XIII e XIV.
Os principais exemplos a serem citados como gótico mendicante, são as igrejas franciscanas e dominicanas de Santarém e Guimarães, o Mosteiro de Santa Clara-a-Velha em Coimbra, Mosteiro de São Francisco do Porto, Igreja do Convento do Carmo em Lisboa, atualmente todas estão em ruínas.
As ordens medievais militares contribuíram para a expansão do gótico, por exemplo, a Igreja de São João de Alporão de Santarém e o Mosteiro de Leça do Bailio (pertencente aos Cavaleiros Hospitalários), e com a Igreja de Santa Maria dos Olivais de Tomar (fundada pelos Cavaleiros Templários). Algumas catedrais Portuguesas também foram construídas no estilo gótico, como a Sé de Évora, a Sé de Silves e a Sé de Guarda.
Um marco histórico na arquitetura gótica portuguesa é o Mosteiro da Batalha, construído a mando do rei D. João I para comemorar a vitória na Batalha de Aljubarrota contra os castelhanos.
A imensa obra do mosteiro começou em 1388 e seguiu até o século XVI, influenciou muitas outras obras no século XV, como a Igreja da Graça de Santarém, a capela do Castelo de Leiria, o Convento da Nossa Senhora da Conceição, entre outras.
A transição do gótico para o estilo renascentista ocorreu de forma lenta, sendo o estilo intermediário denominado manuelino devido à coincidência com o reinado de D. Manuel I. Esse estilo mistura formas arquitetônicas do gótico final com a decoração gótica renascentista, criando um estilo tipicamente português a partir da primeira obra manuelina: o Mosteiro de Jesus de Setúbal. Atinge seu ápice com a Torre de Belém e o Mosteiro dos Jerônimos, ambos em Belém (Lisboa).
Muitos castelos foram construídos e/ou reformados em estilo gótico, como o castelo de Leiria, Estremoz, Beja, Bragança e Santa Maria da Feira.
Durante o século XV e XVI, os estilos gótico e manuelino foram levados pelos portugueses a seus domínios d'além mar, particularmente as ilhas atlânticas dos Açores e Madeira. A Sé do Funchal (capital da Ilha da Madeira), é uma típica igreja gótica-manuelina.
Edificações góticas autênticas não existem no Brasil, porém o sub-estilo neogótico popularizou-se a partir do reinado de D. Pedro II. Uma das igrejas neogóticas brasileiras mais antigas é a Catedral de   Petrópolis, começada em 1884 e concluída em 1925, que abriga os túmulos do Imperador e sua família. Outro exemplo é a Igreja do Santuário do Caraça (MG), e o Palácio da Ilha Fiscal (RJ).
Temos também no Brasil, os seguintes edifícios neogóticos tardios: A Catedral da Sé (SP), Catedral de Santos, a Catedral Metropolitana de Fortaleza, de Vitória, e a Catedral de Belo Horizonte.
O neomanuelino (variante portuguesa do neogótico) está representado no Brasil em edifícios como o Real Gabinete Português de Leitura (RJ) e o Centro Português de Santos.

As imagens que seguem são respectivamente:
Mosteiro da batalha e seus vitrais (Portugal); Catedral da Sé (SP).








CURIOSIDADES:

O estilo gótico é subdividido em três categorias e as variantes decorativas:
1ª – Gótico primitivo, ou Proto-gótico: Assumem-se as idéias base e dão-se os primeiros passos com a reconstrução da Abadia de Saint-Denis localizada em Paris (França).
2ª – Gótico pleno, ou Gótico Clássico: Aperfeiçoam-se as inovadoras técnicas de construção e entra-se na fase do domínio construtivo arquitetônico com as grandes catedrais.
3ª – Gótico tardio: A expressão artística torna-se menos ambiciosa, fruto da crise econômica e da Peste negra do século XIV a par com uma religião mais terrena e mundana praticada pelas ordens mendicantes.
Variantes decorativas:
Gótico lanceolado;
Gótico radiante, irradiante ou rayonnant: Uso de linhas radicais na traceria;
Gótico perpendicular: Uso de linhas perpendiculares;
Gótico flamejante: Definido pela exuberância da decoração escultórica nos edifícios arquitetônicos.

2 comentários:

  1. Respostas
    1. Vai criar seu blog, invejosa. Este blog não era para ser perfeito, era para treinar a escrita, já que eu estava na faculdade. Todo mundo tem um começo.

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